quarta-feira, 21 de março de 2012

SEM MEU PAI...

A dor que dói mais

(Martha Medeiros)

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. (...) A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para a faculdade e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

terça-feira, 6 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER




MULHER




Carlos Drumond de Andrade
(...)


Para conquistar uma mulher,

mais que ser amante, há de se querer o amanhã

e, depois do amor, um silêncio de cumplicidade…

e mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.

É esperar amanhecer e nem lembrar do relógio ou do café…

Há que ser mulher,por um triz

e, então, ser feliz!

Para amar uma mulher, mais que entendê-la,

mais que conhecê-la, mais que possuí-la,

é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido, e também

ser possuído e, ainda assim, também ser viril…

Para amar uma mulher, mais que tentar conquistá-la,

há de ser conquistado… todo tomado

e, com um pouco de sorte, também ser amado!


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